01/07/2011

EDUCAÇÃO É TUDO PARA TODOS, PRA VOCÊ TAMBÉM .

Em apenas três meses, a pequena cidade de Cocal dos Alves, de 5,6 mil habitantes no interior do Piauí, ganhou espaço nobre no noticiário brasileiro duas vezes. Em março, por ser a cidade onde nasceu e vive o vencedor do concurso Soletrando, programa de Luciano Huck, e na semana passada por receber quatro medalhas de ouro, três de prata e cinco de bronze nas Olimpíadas Brasileiras de Matemática das Escolas Públicas (OBMEP). Há títulos em competições de outras disciplinas e todos os 16 alunos que se candidataram a vagas na Universidade Federal do Piauí no ano passado foram aprovados.
Nos últimos dois anos, foram três medalhas nas olimpíadas estaduais de química e uma na brasileira de língua portuguesa, além de trófeus de equipe. Em 2008, a cidade participou de um campeonato de história e geografia em comemoração aos 250 anos do Estado. Sagrou-se campeã. No ano seguinte, repetiram o campeonato e a cidade chegou à final sem errar nenhuma pergunta, assim como os rivais de Teresina. Para desempatar, foi feito um esquema em que a mesma pergunta era feita para as duas equipes e respondia quem batesse primeiro em um botão, mas aí os cocalalvenses ficaram apenas com o vice.
                                                                     Porcos e cajueiros
Quanto mais se enumeram as vitórias, maior é o contraste com o tamanho da cidade a 300 quilômetros de Teresina. De perto, Cocal dos Alves parece menor ainda do que revela o tamanho de sua população. Muitas famílias moram em casas afastadas em meio a grandes plantações de cajueiros, a principal fonte de renda da cidade. A maior parte das ruas é de terra ou areia e frequentada por galinhas, cabras e porcos que vivem fora da cerca.Na época de chuva, alunos como Clara Mariane Silva de Oliveira, de 13 anos – uma das que recebeu pessoalmente os cumprimentos da presidenta Dilma Rousseff pelo ouro em cerimônia no Rio de Janeiro – atravessam um rio com água até os joelhos para pegar o transporte escolar. “O carro atola ali, eu puxo a calça e passo.” No pequeno centro de meia dúzia de ruas de paralelepípedo e casas sem recuo, nada remete às recentes glórias educacionais. A única faixa, esticada na Praça da Igreja, diz “Bem-vindos aos festejos de São João Batista”. Mesmo nas duas escolas campeãs, a Unidade Escolar Teotônio Ferreira Brandão, de ensino fundamental, e a Augustinho Brandão, de ensino médio, não há troféus expostos, por falta de estrutura – todas as salas são usadas para aulas, não há espaço de convivência, quadra ou laboratórios e biblioteca é um luxo que existe em apenas uma delas.
                                                                 Sonho possível
Para os alunos e professores envolvidos nas competições, no entanto, nada é mais importante. Além das aulas regulares, há treinamentos aos sábados e, quase todos os dias, cada um estuda em sua casa, por prazer e pelo sonho, comprovadamente possível, de se destacar. Na zona rural, a energia elétrica vem sendo instalada nos últimos dois anos e a referência para crianças e adolescentes não é nenhum astro da música ou do futebol, mas os colegas medalhistas. “Desde pequena, meu sonho é ganhar medalha”, diz Ana Carla de Brito Amaral, de 11 anos. Os pais e professores chegaram a temer uma frustração. “No ano passado, ela disputou pela primeira vez e a gente conversou que na 5ª série o máximo que alguém tinha ganhado era um bronze, então, uma menção honrosa estaria ótimo”, lembra a mãe, Edna de Brito.
Então precisamos acordar a educação para muitos no estado de Alagoas que a muitos anos se arrasta como o pior no IDEB, o que será que ocorre? por que será que sobram na mídia denúncias de desvio de dinheiro público da merenda escolar?e os planos de cargos e salários são considerados? e os gestores escolares tem bagagem para administrar um projeto social de tamanha responsabilidade? e as ingerências no cumprimento dos dias letivos? não é bom nem falar nas cargas horárias, será que são cumpridas com um mínimo do previsto? Como desenvolver uma atividade tão sublime, sem um mínimo de planejamento? E os gerentes fazem vista grossa? Ai daquele que ousar cumprir o seu papel direitinho. Voc~es sabem do que estou falando , não é??? EDUCAÇÃO É TUDO.

João Francisco em frente sua casa.Bolsade R$100 por mês foi usada para comprar geladeira .
Foto: Cinthia Rodrigues Ampliar
Fonte: IG.

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